Foram três histórias distintas na mesma semana: um negócio diretamente alavancado ao sentimento do mercado, um banco em plena execução de turnaround e uma empresa recém-privatizada a consolidar uma nova fase de eficiência. Os gráficos semanais ajudam a perceber a dimensão do movimento, mas o contexto fundamental explica por que razão estes três ativos lideraram os ganhos.
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B3: O Espelho Direto da Viragem no Sentimento de Mercado
A B3 foi o grande destaque absoluto da semana, com uma valorização próxima de 6,3%.
Num ambiente de queda dos juros e reforço do apetite ao risco, a operadora da bolsa funciona como o termómetro imediato do mercado: mais negociação, maiores volumes, maior atividade nos produtos financeiros.
Foi exatamente esse cenário que se materializou ao longo da semana.
- O mercado reagiu de forma muito positiva à leitura dos resultados do terceiro trimestre, que confirmaram margens robustas, geração de caixa consistente e crescimento do lucro, mesmo num ambiente ainda desafiante em termos macroeconómicos.
- A combinação entre resultados sólidos e queda da curva de juros criou o alinhamento perfeito para uma reavaliação do ativo.
- A B3 beneficia diretamente da valorização dos ativos listados, do aumento da negociação e do próprio ciclo de juro, o que explica por que razão reage de forma amplificada em fases de recuperação.
Uma vela semanal que confirmou a transição para o modo de força

Tecnicamente, a semana foi tudo menos discreta. O rompimento claro da zona dos 14,00 reais não foi apenas um movimento de curto prazo, representou a quebra de uma barreira que vinha a travar o ativo há vários meses. O fecho acima desse nível ativou novas ordens de compra e confirmou a passagem do ativo para uma fase de tendência de curto prazo.
O preço superou as médias móveis mais relevantes no gráfico semanal, reforçando a leitura de mudança de regime. O MACD confirmou a melhoria de momentum, com histograma positivo e linhas em afastamento, sinal típico de aceleração. O novo suporte técnico passou a localizar-se na zona dos 13,50, enquanto o mercado começa a trabalhar a possibilidade de consolidação acima de 14,50 caso o cenário de juros continue favorável. O movimento foi limpo, sem sombras pronunciadas, típico de quem entra numa fase de valorização sustentada.
Bradesco: O turnaround que Começa a Ganhar Consistência
- O Bradesco continua a afirmar-se como a principal tese de recuperação estrutural do setor bancário brasileiro em 2025.
- A valorização semanal, próxima de 4,1%, reflete a crescente confiança do mercado no processo de reestruturação em curso.
- A melhoria progressiva da rentabilidade, a disciplina na redução de custos e a mudança no perfil da carteira de crédito começam a traduzir-se de forma direta nos números.
- O ROE voltou a níveis que não eram vistos há algum tempo e o lucro recorrente acelerou de forma significativa em termos anuais.
- Ao mesmo tempo, o setor bancário beneficiou da leitura de que a inadimplência já terá atingido o seu pico e tende a aliviar à medida que o custo do dinheiro começa a descer.
- O Bradesco, por ainda negociar com desconto face aos concorrentes mais eficientes, acabou por absorver uma parte relevante desse fluxo.
O gráfico mostra um banco que voltou a ser acreditado pelo mercado

No gráfico semanal, o movimento é claro. O ativo aproximou-se novamente das máximas de 52 semanas, algo que não acontecia há largos meses. O padrão de topos e fundos ascendentes mantém-se intacto, sem ruturas técnicas relevantes.
O RSI aproxima-se da zona de sobrecompra, o que sinaliza força, mas também alguma necessidade de consolidação de curto prazo. Correções moderadas dentro da tendência estão a ser vistas como pontos naturais de reforço. O MACD mantém leitura positiva, com histograma verde e linhas bem acima da zona zero, mostrando que o movimento não é apenas especulativo. O Bradesco deixou de ser visto como um problema estrutural e passou a ser tratado novamente como um ativo em execução.
Sabesp: A privatização que está a Mostrar resultados no Gráfico e nas Contas
A Sabesp continua a viver um dos períodos mais fortes da sua história recente.
A valorização semanal ficou próxima de 3,5%, mas o que realmente importa é a consistência do movimento ao longo dos últimos meses.
- A privatização alterou de forma profunda a perceção de risco, a eficiência operacional e a capacidade de execução do plano de investimento.
- O mercado reagiu de forma positiva à aceleração significativa do CAPEX no último trimestre, diretamente ligada ao objetivo de antecipar as metas de universalização.
- Ao mesmo tempo, surgiram sinais claros de controlo de custos, com redução de despesas de pessoal e melhoria progressiva das margens.
- A receita previsível, indexada à inflação, transforma a empresa numa âncora defensiva em qualquer carteira com horizonte de médio e longo prazo.
Uma tendência que sobe por degraus, não em explosões

No gráfico semanal, a leitura é exemplar. A sequência de topos e fundos ascendentes constrói-se de forma organizada, sem picos de euforia descontrolados. O recente rompimento da zona psicológica dos 140 reais foi o último sinal técnico relevante, transformando esse nível em novo suporte estrutural.
As médias móveis acompanham o preço com inclinação positiva, sem grandes desvios, o que mostra uma valorização saudável. O MACD permanece em território positivo, com ciclos de correção curtos e novas expansões a surgir rapidamente. Não é um gráfico de explosão especulativa, é um gráfico de crescimento sustentado alimentado por execução real.
Conclusão
A semana de 24 a 28 de novembro deixou três mensagens muito claras ao mercado. A B3 respondeu de forma imediata à melhoria do cenário macro e aos resultados sólidos, reforçando o seu papel como barómetro direto do apetite ao risco. O Bradesco confirmou que o seu processo de recuperação já não é apenas uma promessa, mas uma realidade visível nas contas e no gráfico. A Sabesp consolidou-se como uma das principais histórias de criação de valor estrutural no mercado brasileiro, com execução consistente e tendência técnica limpa.
Foram três movimentos distintos, três naturezas de risco diferentes, mas todos sustentados por uma combinação rara: fundamentos alinhados com sinais técnicos claros e aproveite essas ações com os melhores corretores do mercado, recomendados pela DailyForex. É exatamente essa convergência que costuma marcar as semanas realmente relevantes no mercado.