- A semana entre 3 e 8 de novembro foi marcada por um sentimento de otimismo no mercado financeiro brasileiro.
- O Ibovespa seguiu em alta, impulsionado pela valorização das commodities e pela mudança de percepção em relação aos juros no país.
O petróleo ganhou força, aproximando-se dos US$ 90 por barril, após a OPEP+ confirmar a manutenção dos cortes na produção e as tensões no Oriente Médio reacenderem os temores de escassez global de oferta. Ao mesmo tempo, o minério de ferro avançou diante das novas medidas de estímulo anunciadas pelo governo chinês, que incluem o aumento da dívida pública para financiar projetos de infraestrutura pesada.
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No cenário interno, o IPCA de outubro surpreendeu positivamente ao ficar abaixo das expectativas, reforçando a leitura de que a inflação está sob controle. Esse dado levou o mercado a antecipar o início dos cortes na taxa Selic para meados de 2026, criando um pano de fundo mais favorável para ativos de risco. Nesse ambiente, três companhias se destacaram com clareza entre as mais negociadas e valorizadas da semana: Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Itaú Unibanco (ITUB4). Apesar de pertencerem a setores distintos, todas se beneficiaram de fatores conjunturais e apresentaram fundamentos sólidos, acompanhados por uma leitura técnica consistente.
PETROBRAS (PETR4)
Cenário e impacto no Setor
Petróleo em alta reforça previsibilidade
- O movimento positivo do petróleo foi o principal motor da valorização das ações da Petrobras.
- A combinação entre os cortes de produção promovidos pela OPEP+ e a escalada das tensões no Oriente Médio reacendeu preocupações com o abastecimento global, elevando o preço do barril e ampliando as margens da companhia nas exportações.
- Esse ambiente externo mais favorável coincidiu com a confirmação da manutenção da política de dividendos, anunciada no início de novembro, que trouxe segurança aos investidores e reforçou a previsibilidade do fluxo de caixa da estatal.

Fundamentos e Gestão – 3T25 confirma Disciplina Financeira
Os resultados do 3º trimestre de 2025 (3T25), divulgados em 6 de novembro, reforçaram o compromisso da Petrobras com a disciplina financeira. O lucro líquido atingiu R$ 33,7 bilhões, alta de 8,5% em relação ao trimestre anterior, enquanto o EBITDA ajustado chegou a R$ 64,2 bilhões, com margem operacional acima de 40%.
- A dívida líquida recuou para R$ 215 bilhões, refletindo a forte geração de caixa e a gestão eficiente do capital.
- Sob a liderança de Magda Chambriard, a companhia manteve uma postura conservadora e transparente, com política de preços alinhada ao mercado internacional e foco em projetos de alta produtividade.
- Essa combinação de prudência e execução operacional consolidou a confiança dos investidores.
Perspectiva Técnica – Movimento de Recuperação em fase de Teste
No gráfico semanal, PETR4 mostra uma tentativa de reversão após semanas de consolidação entre R$ 30,00 e R$ 33,00. O preço se aproxima da média móvel de 50 semanas (R$ 32,86) e testa uma região importante de resistência, sem confirmação de rompimento até o momento. Um fechamento consistente acima dos R$ 33,20 reforçaria o cenário de alta e abriria espaço para buscar os R$ 36,00. Por outro lado, a perda do suporte em R$ 30,00 voltaria a colocar pressão vendedora sobre o papel. O MACD semanal começa a virar para positivo, sinalizando uma mudança gradual de tendência, enquanto o gráfico mensal mostra uma estrutura neutra, com possibilidade de transição para alta se o ativo conseguir se manter acima das médias de longo prazo. O consenso de mercado continua positivo, com preço-alvo médio em R$ 38,50, mas o cenário técnico ainda exige confirmação.
VALE (VALE3)
Cenário e Setor
Estímulos chineses impulsionam o minério
- A recuperação do minério de ferro deu o tom da semana para a Vale.
- No dia 4 de novembro, o governo chinês anunciou um novo pacote de estímulos, com aumento da emissão de dívida pública e foco em infraestrutura urbana e transporte.
- A notícia reacendeu as expectativas de crescimento na demanda global por aço, o que imediatamente impulsionou os preços das commodities metálicas e trouxe novo fôlego às ações da mineradora.
- A China, que responde por mais da metade do consumo mundial de minério, foi o principal catalisador desse movimento, reforçando a leitura de que o ciclo de recuperação asiático deve se prolongar até 2026.

Fundamentos e Gestão – 3T25 Reforça execução Operacional
Os números do 3T25, divulgados em 31 de outubro, confirmaram a eficiência operacional e a solidez financeira da Vale. O lucro líquido somou R$ 20,2 bilhões, um crescimento de 12% frente ao trimestre anterior, com margem EBITDA superior a 50%. A companhia registrou aumento de produção no Sistema Norte e normalização das operações logísticas, mantendo o guidance anual entre 310 e 320 milhões de toneladas.
- A gestão, liderada por Eduardo Bartolomeo, continuou priorizando disciplina de capital, redução de custos e simplificação da estrutura organizacional, enquanto prossegue com o programa de recompra de ações.
- Essa postura estratégica vem consolidando a confiança do investidor institucional.
Perspectiva técnica – Rompimento confirma força Compradora
Tecnicamente, VALE3 confirmou um rompimento decisivo na faixa dos R$ 64,00, acompanhado por forte entrada de volume. O movimento abriu espaço para uma nova perna de alta, com próximo alvo em R$ 72,00, e suporte imediato em R$ 62,50. O MACD semanal virou para cima, e o gráfico mensal mostra uma reversão estrutural consistente desde meados de 2023.
- Mesmo após a valorização recente, as ações seguem negociando com desconto frente à média histórica, o que mantém o papel atrativo.
- O preço-alvo médio dos analistas é de R$ 74,00, com viés amplamente positivo.
ITAÚ UNIBANCO (ITUB4)
Cenário e Setor
Expectativa de cortes na Selic muda o equilíbrio dos bancos
- A divulgação do IPCA de outubro, no dia 7, veio abaixo das previsões e reforçou a percepção de que a inflação está controlada, levando o mercado a antecipar cortes na Selic a partir de meados de 2026.
- O movimento trouxe algum alívio para o setor financeiro, mas também gerou um novo desafio.
- Em um ambiente de juros mais baixos, as margens financeiras dos bancos tendem a se comprimir, já que o retorno sobre o crédito diminui.
- No entanto, a redução do custo de capital tende a impulsionar o volume de empréstimos, criando um equilíbrio que pode sustentar o crescimento.
- Essa dinâmica "menor rentabilidade por operação, mas maior volume total de crédito" favorece instituições com ampla base de clientes, forte eficiência operacional e boa gestão de risco, perfil que define o Itaú.

Fundamentos e Gestão – 3T25 mostra Rentabilidade Recorde
Os resultados do 3T25, divulgados em 6 de novembro, mostraram mais um trimestre de performance consistente. O lucro líquido recorrente atingiu R$ 9,4 bilhões, alta de 5,3% em relação ao trimestre anterior, enquanto o ROE chegou a 21,3%, o maior entre os grandes bancos do país. A carteira de crédito cresceu, impulsionada pelos segmentos de habitação e veículos, e a inadimplência permaneceu estável em 2,8%.
- O índice de eficiência recuou para 37,7%, o melhor nível da série histórica, resultado do avanço na digitalização e do controle rigoroso de custos.
- A gestão do banco tem mantido uma trajetória de crescimento rentável, equilibrando inovação, prudência e foco em retorno ao acionista.
Perspectiva técnica – Estrutura de Alta Mantida
Na análise técnica, ITUB4 está a testar a resistência dos R$ 40,00 com aumento expressivo de volume, logo após a divulgação dos resultados, indicando fôlego comprador. O próximo alvo está em R$ 43,00, podendo se estender até R$ 45,00 se o fluxo positivo continuar.
- O suporte imediato se encontra em R$ 37,50, enquanto o gráfico mensal segue indicando continuidade da tendência de valorização iniciada em 2023.
- O consenso do mercado permanece otimista, com preço-alvo médio de R$ 44,50 e ampla predominância de recomendações de compra.
A semana reforçou o protagonismo das três gigantes da bolsa brasileira. Petrobras se beneficiou da alta do petróleo e manteve a disciplina financeira que o mercado valoriza; Vale respondeu de forma imediata aos estímulos chineses e confirmou sua força operacional; e Itaú mostrou capacidade de adaptação, mantendo rentabilidade elevada mesmo diante do desafio de margens mais apertadas. Em conjunto, essas companhias continuam representando os pilares de estabilidade, liquidez e atratividade da renda variável no Brasil, sustentando o bom humor dos investidores em meio à perspectiva de um ciclo mais equilibrado de crescimento.
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