Sinais
Bull:
Cortes de juros no Brasil mais lentos que o esperado → suporte ao real.
Neutro:
Selic estável e Fed em pausa → dólar preso entre 5,20 e 5,45.
Risco:
Deterioração fiscal ou aversão global ao risco → retorno rápido para a faixa de 5,50–5,60.
Por que dezembro de 2025 importa?
O câmbio encerra o ano refletindo um equilíbrio delicado entre a política monetária brasileira ainda com diferencial positivo de juros e um ambiente externo que segue mais apertado, com o Fed mantendo postura restritiva para conter pressões inflacionárias nos EUA. Para dezembro, o foco do mercado permanece na combinação entre a última decisão do Copom, sinalizações fiscais e dados de atividade dos EUA no fim do trimestre.
Resumo Macro: Brasil x EUA
No Brasil, a Selic vem sendo reduzida de forma gradual, mas continua em patamar real elevado, garantindo algum suporte ao real. A inflação acumulada segue convergindo lentamente, e a balança comercial registra superávits consistentes, favorecida por exportações de commodities metálicas e agrícolas.
Nos EUA, o mercado trabalha com um cenário de juros altos por mais tempo, já que a inflação de serviços desacelera apenas parcialmente. A curva americana precifica cortes mais adiante, sem pressa, mantendo o dólar globalmente firme. Esse balanço reduz a tendência de movimentos fortes do USD/BRL no curto prazo.
Nível atual e comportamento recente
O USD/BRL fechou o dia 02/dez/2025 em 5,3274, ainda dentro da faixa em que tem oscilado desde outubro. Tecnicamente, o par segue pressionado pela média móvel de 50 dias (EMA50 = 5,3642), enquanto a média de 200 dias (SMA200 = 5,5376) permanece acima, indicando tendência mais longa ainda inclinada para o dólar, porém enfraquecida desde setembro.
O comportamento recente mostra que o real encontra suporte firme entre 5,25 e 5,30, principalmente após melhora nas entradas de fluxo comercial e estabilização das expectativas locais.
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Previsão para Dezembro de 2025
O cenário-base sugere um câmbio estável, com poucas razões para um rompimento consistente para cima ou para baixo antes do final do ano.
Faixa central projetada para dezembro/2025:
- Nível-base: 5,28 – 5,38
- Alta limitada: 5,45 caso o dólar global volte a ganhar força ou o fiscal brasileiro gere ruído.
- Baixa limitada: 5,22 se houver fluxo mais forte de exportadores e melhora no apetite global por risco.
A última reunião do Copom tende a reforçar um tom de cautela, o que impediria cortes maiores que os esperados e, portanto, evitaria pressão adicional sobre o real.
Expectativas para 2026
Para o próximo ano, o câmbio deve responder a três vetores principais:
1. Política monetária (Selic x Fed)
A dinâmica entre o ritmo de cortes no Brasil e a política do Fed será decisiva.
Se a Selic permanecer em trajetória moderada e o Fed der início a cortes a partir do segundo trimestre, o diferencial de juros deve favorecer alguma apreciação do real no primeiro semestre.
Caso o Fed mantenha juros elevados por mais tempo, o dólar tende a segurar o USD/BRL acima de 5,30.
2. Fiscal brasileiro
O ponto mais sensível para 2026. Qualquer sinalização de flexibilização das metas ou dificuldade de cumprimento das regras fiscais tende a gerar repiques mais rápidos — algo que o mercado já monitora de perto.
3. Fluxo externo e Commodities
Com minério e petróleo em níveis historicamente altos, o fluxo comercial deve seguir apoiando o real ao longo de boa parte do ano. O risco está em eventual desaceleração mais forte da China.
Cenários para 2026 (níveis estimados)
- Otimista: dólar cai para 5,05–5,20 se Fed cortar juros mais cedo + fiscal brasileiro estável.
- Base: dólar entre 5,20–5,40 na maior parte do ano.
- Pessimista: dólar retorna à faixa de 5,50–5,65 com piora fiscal ou stress externo.
Gráfico Técnico

Fonte: TradingView.
Riscos a Monitorar
- Surpresas no fiscal brasileiro (gastos acima do previsto, frustração de receitas).
- Dados de inflação nos EUA acima do esperado, adiando cortes do Fed.
- Reversão no fluxo para emergentes caso ocorra turbulência global.
- Volatilidade adicional devido ao início do ciclo eleitoral de 2026 no Brasil.
Aviso
Conteúdo informativo, sem caráter de recomendação de investimento.