- O Índice IBOV, principal indicador do mercado de ações do país, caiu 1,06% após o anúncio.
- Em 6 de julho, o índice havia atingido o recorde histórico de R$ 141.563,85 e permanece em uma tendência de alta de longo prazo, embora bastante acidentada nos últimos anos.
- Veja a seguir uma análise técnica completa do IBOV, bem como as 10 ações com melhor desempenho.
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Índice Bovespa: Análise Técnica de Curto Prazo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou sua intenção de impor tarifas de 50% sobre todas as importações brasileiras a partir de 1º de agosto.
A melhor maneira de prever o impacto dessa medida nas ações brasileiras é por meio do principal índice do mercado acionário, o índice Bovespa (B3: IBOV). Portanto, vamos começar com o gráfico diário para obter uma visão geral do curto prazo:
- No momento, o índice do mercado acionário brasileiro, negociado a 136.688,79 reais, está caindo 0,57% durante a sessão, embora essa queda tenha sido de 1,06% no início do dia.
- O impacto do anúncio de tarifas punitivas e injustificadas é, portanto, negativo, embora não tenha sido tão alto quanto se poderia esperar. Isso se deve ao fato de que, em princípio, o mercado não espera que a medida de Trump seja permanente.
- Por outro lado, como se pode ver no gráfico, o índice IBOV já vinha caindo desde o dia 7 de julho, depois de atingir o recorde histórico de 141.563,85 reais.
- No curto prazo, o mercado acionário está em tendência de alta desde meados de abril de 2025, conforme evidenciado pela média móvel exponencial de 50 dias (linha azul).
- Nesse sentido, dado que o IBOV está testando essa média de curto prazo, é necessário observar atentamente como ele termina o mês de julho para tirar conclusões mais precisas.
- O indicador RSI, que vinha confirmando uma consolidação de alta, agora cai abaixo de sua média de 14 dias e do nível neutro de 50, refletindo um valor de 44,80.
Por enquanto, o cenário mais provável parece ser de baixa, embora tudo dependa de como o governo brasileiro reagirá e das negociações que ocorrerão até 1º de agosto, prazo final para Trump finalizar acordos ou impor essas tarifas de 50% ao Brasil.
Índice Bovespa: Análise técnica de longo prazo
Para uma perspectiva de longo prazo, vamos dar uma olhada no gráfico mensal do índice IBOV:
- A julgar pela inclinação da média móvel exponencial de 50 meses (linha azul), é evidente que o mercado de ações no Brasil vem desenvolvendo uma tendência primária de alta desde 2016.
- Essa tendência só foi interrompida em março e abril de 2020 pelo impacto da pandemia de Covid-19. Naquela época, o índice caiu para uma baixa relativa de 61.690,53 reais.
- No entanto, o IBOV se recuperou com relativa rapidez e, em maio de 2021, já havia deixado para trás as perdas anteriores.
- Entre junho de 2021 e maio de 2023, o mercado desenvolveu um movimento de baixa de curto prazo, antes de retomar sua principal tendência de alta.
- Desde o início de 2024, o IBOV tem mantido um comportamento lateral com grandes correções, embora respeitando o nível crítico de R$ 119.593,10 (máxima de janeiro de 2020 e piso estrutural de curto prazo).
- Durante o mês de julho de 2025, antes dos últimos anúncios de tarifas de Trump, o mercado havia atingido uma nova máxima histórica de 141.563,85 reais.
- Exceto pela queda pandêmica em 2020, o indicador RSI manteve-se flutuando principalmente acima de sua linha média (50), confirmando uma consolidação de alta do preço.
- No momento, a média de 50 meses (R$119.472,63), que também coincide com o nível crítico já mencionado, representa um suporte dinâmico a ser observado nas próximas semanas e meses. Enquanto esse piso se mantiver e o RSI não cair de forma sustentável abaixo de 50, a tendência de alta de longo prazo ainda não acabou, não importa o que você ouça nas notícias....
Em vez de simplesmente procurar negociações a descoberto, você deve esperar que o índice IBOV atinja um piso e, com base na resposta do governo brasileiro nas próximas semanas, você deve esperar que o índice IBOV atinja um piso:
- Avaliar possíveis negociações longas em ações brasileiras com alto volume de negociação e pouca ou nenhuma exposição ao mercado dos EUA, se houver a intenção de buscar um acordo para evitar as tarifas de 50%, ou de outra forma;
- Avaliar possíveis negociações curtas, em negociações intraday, em ações brasileiras com alto volume de negociação e alta exposição ao mercado dos EUA, se o governo brasileiro não tentar negociar e anunciar tarifas retaliatórias.
Qual será a resposta do governo brasileiro às tarifas de Trump?
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva anunciou uma possível retaliação contra a tarifa de 50% que os Estados Unidos planejam impor às importações brasileiras a partir de 1º de agosto.
Lula delineou várias ações que o Brasil poderia tomar, incluindo uma apelação à Organização Mundial do Comércio (OMC), solicitando investigações internacionais e exigindo explicações formais.
No entanto, ele enfatizou que a Lei de Reciprocidade, recentemente aprovada pelo Congresso brasileiro, seria a principal ferramenta de defesa. “Se ele nos cobrar 50%, nós lhe cobraremos 50%”, disse Lula em uma entrevista.
O líder sul-americano deu sua opinião por meio da rede social X:
"Diante da declaração pública feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas redes sociais na tarde desta quarta-feira, é importante destacar: O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitam ser controladas por ninguém. O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de responsabilidade exclusiva da justiça brasileira e, portanto, não está sujeito a qualquer tipo de interferência ou ameaça que viole a independência das instituições nacionais".
"No contexto das plataformas digitais, a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes e discursos contrários aos direitos humanos e às liberdades democráticas. No Brasil, a liberdade de expressão não pode ser confundida com agressão e práticas violentas", afirmou.
É muito cedo para saber como esse confronto terminará, mas seria sensato que o Brasil, afirmando sua soberania, se concentrasse em negociar estritamente a questão comercial.
Ações Brasileiras com maior Volatilidade Esperada
Nesse cenário, pode-se esperar um aumento na volatilidade do índice IBOV. Isso implicaria em uma maior variabilidade no preço das ações que compõem o índice, principalmente aquelas com alta exposição ao mercado norte-americano.
Um resultado lógico seria um aumento nas oportunidades de negociação no próximo mês, desde que você mantenha uma negociação responsável e siga regras rígidas de gerenciamento de dinheiro.
Esqueça a análise excessivamente óbvia: “as tarifas prejudicam o Brasil, todas as ações devem cair muito, vou operar vendido”.
Isso é o que o dinheiro profissional esperaria da mentalidade dos traders de varejo menos experientes, que podem acabar vendo o mercado varrer rapidamente seus stops nas próximas sessões....
Então, quais são as ações com a maior e a menor exposição ao mercado dos EUA?
Bem, vamos dar uma olhada nas 10 ações brasileiras a seguir para ficar de olho:
5 Ações Brasileiras com Alta Exposição ao Mercado dos EUA
JBS (JBSS3)
Breve descrição: Um dos maiores processadores de carne do mundo, com operações significativas nos EUA.
Impacto esperado: Seria duramente atingida, já que uma parte substancial de sua receita vem das exportações de carne para os EUA. As tarifas aumentariam drasticamente seus custos e reduziriam sua competitividade no mercado americano.
Embraer (EMBR3)
Breve descrição: Fabricante aeroespacial global, conhecido por suas aeronaves comerciais, executivas e de defesa.
Impacto esperado: Embora não seja uma exportação maciça, como no caso das matérias-primas, a Embraer tem uma presença considerável no mercado dos EUA. As tarifas poderiam afetar as vendas de suas aeronaves e peças para clientes norte-americanos, embora o impacto total dependesse da natureza dos contratos e da demanda.
WEG (WEGE3)
Breve descrição: Fabricante de equipamentos elétricos, motores, geradores e transformadores.
Impacto esperado: A WEG tem presença global, incluindo o mercado norte-americano. As tarifas poderiam afetar suas exportações de produtos para os EUA, tornando seus produtos mais caros e menos competitivos.
Marfrig Global Foods (MRFG3)
Breve descrição: Outra das maiores empresas de carne do Brasil, com forte presença no setor de exportação.
Impacto esperado: Da mesma forma que a JBS, a Marfrig seria significativamente afetada devido à sua dependência das exportações de carne, inclusive para o mercado dos EUA.
Suzano (SUZB3)
Breve descrição: Líder mundial na produção de papel e celulose.
Impacto esperado: Embora seja um produto diferente, a Suzano exporta globalmente. Se uma parte relevante de suas exportações de papel ou celulose for para os EUA, as tarifas poderão reduzir sua lucratividade e participação de mercado nos EUA.
5 Ações Brasileiras com baixa Exposição ao Mercado Americano
Petrobras (PETR3/PETR4)
Breve descrição: Empresa de energia semipública, a maior do Brasil, focada principalmente na exploração e produção de petróleo e gás no Brasil e em mercados próximos.
Impacto esperado: O impacto direto seria mínimo, já que suas operações e vendas se concentram principalmente no mercado interno e nas exportações de petróleo bruto para outros destinos, não especialmente os EUA.
Itaú Unibanco (ITUB3/ITUB4)
Breve descrição: Um dos maiores bancos do Brasil e da América Latina, com operações predominantemente na região.
Impacto esperado: Seria esperado um impacto muito baixo, pois seus serviços bancários e financeiros estão concentrados no Brasil e em outros países da América Latina.
Banco do Brasil (BBAS3)
Breve descrição: Banco estatal e um dos maiores do Brasil, com foco no mercado doméstico.
Impacto esperado: impacto direto muito baixo. Suas atividades são principalmente no Brasil e, embora o desempenho econômico geral do país possa afetá-lo indiretamente, as tarifas específicas sobre as importações brasileiras dos EUA não teriam um efeito direto sobre seus negócios.
Ambev (ABEV3)
Breve descrição: A maior cervejaria da América Latina e um importante participante no mercado global de bebidas.
Impacto esperado: Embora a Ambev esteja presente em vários mercados, inclusive na região da América do Norte, seus principais mercados e fontes de receita são o Brasil e outros países da América Latina.
B3 - Brasil, Bolsa, Balcão (B3SA3)
Breve descrição: É a principal bolsa de valores do Brasil, operando títulos, derivativos, renda fixa e serviços de infraestrutura para empresas do setor.
Impacto esperado: O impacto seria, de qualquer forma, indireto. Seu negócio é baseado no volume de negociação no mercado brasileiro. As tarifas poderiam gerar volatilidade no mercado brasileiro e afetar o volume de negociações, mas não teriam um impacto direto sobre suas receitas operacionais propriamente ditas.
E Quanto às Empresas de Café Listadas em Bolsa?
Entre as empresas de maior capitalização da B3, não há grandes empresas listadas cujo negócio principal seja a exportação direta de café como produto final.
As empresas listadas com maior exposição ao mercado dos EUA estão principalmente nos setores de carne, celulose ou manufatura.
Embora o Brasil seja o maior exportador de café do mundo, esse mercado é relativamente fragmentado, de modo que as grandes corporações de café realizam operações globais que atenuam a exposição direta das exportações brasileiras para os EUA.
Por fim, você acha que uma guerra comercial acabará sendo travada entre os EUA e o Brasil ou um acordo razoável será alcançado antes de agosto?
Saberemos em breve! Enquanto isso, para que você possa aproveitar as oportunidades que acabamos de mencionar, o DailyForex traz para você as melhores corretoras do Brasil - dê uma olhada!